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Viagens de fé, solidariedade sem fronteiras

 

Viajar como voluntário não é nada fácil. As dificuldades vão além de ficar longe de casa. Quando se escolhe trabalhar voluntariamente, luxos e mordomias são deixadas de lado. É comum vermos em nossa cidade, mesmo com esse calor, missionários vestidos com roupa social, como os mórmons americanos, por exemplo. O espírito voluntário presente em diversas religiões consegue mover as pessoas que, mesmo com dificuldades, se doam para ajudar o próximo.

 

 

“É gratificante poder levar a essas pessoas um pouco da minha alegria”

Os irmãos Beatriz e Bruno Saunders, de 21 e 20 anos, respectivamente, fazem parte de um projeto de evangelização da Igreja Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Os dois conheceram a igreja através de seus pais, mórmons, que também quiseram para seus filhos a mesma vivência que tiveram. Hoje, Beatriz e Bruno são missionários e carregam a missão de ajudar ao próximo, seja transmitindo o ideal de sua igreja ou em trabalhos voluntários, tais como visita em abrigos para idosos, hospitais psiquiátricos, entre outros.

 

Atualmente, Bruno está no Rio Grande do Sul, na cidade de Porto Alegre, e lá tem se dedicado a oferecer aconselhamento psicológico por meio de visitas a comunidades. “Aqui já tive bastante experiências com todo tipo de pessoa, a felicidade de ajudar ao próximo é imensa, é gratificante poder levar a essas pessoas um pouco da minha alegria, devolver o sorriso a elas, não tem preço”.

 

Já Beatriz está se preparando para uma missão internacional, ela viajará para a cidade de Rancagua, uma província de Chachapoal, no Chile em julho deste ano. Ela conta que já está engajada há 4 anos e se sente muito feliz por fazer parte desse projeto. “Estou me preparando para sair por 18 meses e largar tudo para ir em um país com língua e cultura diferente para poder falar com pessoas que não conheço, passar para elas o que acredito e levar a mensagem de Deus para todas, é viver integralmente para o próximo”.

 

Devido a rotina de atividades, os missionários ficam praticamente incomunicáveis com os familiares e esse é um dos principais desafios que Beatriz irá enfrentar. “Esse lado realmente não é nada fácil, mas, ao mesmo tempo, é gratificante. O que me deixa um pouco triste é pelo fato de daqui a poucos dias meus pais vão ficar sozinhos, mas tenho o amor e apoio deles, e sei que estarão bem guardados e certamente serão ricamente abençoados, assim como nós”, finalizou.

 

O grande problema é a saudade que eles deixam em casa. Para dona Vera, mãe dos meninos, a dificuldade de passar um período só com a filha já é bem difícil, e daqui a alguns meses, ficará apenas com seu esposo. “Quando eu e meu marido procuramos colocar nossos filhos no caminho que escolhemos para nós, sabíamos que esse tipo de coisa poderia acontecer. Não é fácil você ter apenas 1h30 de contato com seu filho, em apenas um dia na semana, mas sei que ele está em um bom lugar e procurando sempre o melhor para ele e para outras pessoas, e isso é que ameniza um pouco minha saudade”.

“Minha primeira impressão foi de susto e vontade imediata de voltar ao Brasil”

Em 2010, o Haiti, pequeno país localizado na América Central, sofreu com uma série de terremotos que mobilizou a ajuda humanitária de inúmeros países. O projeto Tourf of Hope, organizado pela empresa Mais, seleciona e envia voluntários, periodicamente, para ajudar na reconstrução do país.

 

Thiago Belo, acadêmico de publicidade, participou desse programa durante duas semanas, em fevereiro de 2014, e relembrou as suas primeiras impressões ao chegar em território Haitiano. “Minha primeira impressão foi de susto e vontade imediata de voltar ao Brasil. Levei um choque cultural  enorme, a diferença é extrema. Descobri que alguns fatos que chegam ao Brasil não condizem mais com a realidade encontrada lá. Por exemplo, já não é possível encontrar os destroços decorrentes do terremoto de 2010. O país está sendo reconstruído e algumas casas estão sendo demolidas por conta de irregularidades. Lá é lindo, as belezas naturais são indescritíveis.  Era muito bonito trabalhar vendo o contraste das montanhas e as praias do caribe”, frisou.

 

Durante a primeira semana, Thiago trabalhou na comunidade Cristo Rei, na capital Porto Príncipe, onde ainda encontram-se algumas pessoas que não recuperaram suas casas após o terremoto. Na segunda semana, o grupo se deslocou para a comunidade de Kart Kalen. “Passávamos os dias realizando atendimento médico, brincando com as crianças, passando lições através de brincadeiras e distribuindo alimentos. Além de oferecer aulas sobre como os haitianos poderiam contribuir para sua comunidade.”

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